Martinelli

Segunda-feira de manh em meio gritaria dos banc rios em greve ouve-se um tiro no Martinelli. Ao redor a barafunda de sempre e o caos di rio do tr fego. M sica de fundo a todo volume. Sozinho em seu quarto l em cima - Pessoa. Que fazem os amigos? Cad Irir ? Qual seu segredo? O que aconteceu entre ambos? Como um fio condutor sua obsessiva hist ria sentimental percorre toda a trama.Vinte anos mais tarde Jotinha anota suas recorda es. Cronologia dos acontecimentos? A mem ria n o se at m a nenhuma. Encontros e conversas com amigos (sobretudo Jord o, Jamil, Piroga e Pessoa), est rias ouvidas por a , anota es de Iriri e de Pessoa. Atrav s de flashbacks, digress es, notas de rodap tenta construir um relato, reconstruir o passado, que n o lhe sai nada bem, nem sequer o presente est claro (Cl nica de reabilita o / Psiquiatria?). Pelo visto em consequ ncia das torturas sofridas (ap s uma longa odisseia na clandestinidade) e paranoicas vis es custa-lhe muito, ao relutante cronista, relacionar adequadamente fatos e pessoas (inclusive a si mesmo) e dar a suas anota es a forma definitiva. Al m disso, completamente alheio sua cr tica situa o vital, compraz-se em fantasias er ticas, casos amorosos supostos ou reais.Afinal apenas dois amigos dos velhos tempos velam por ele e por suas "mem rias". Helo sa, que depois de muitos anos casualmente o reencontra, visita-o com frequ ncia na Cl nica, e em correspond ncia com o amigo em comum, Ribas, que vive entre a Alemanha e Espanha, refere sobre ele (j) e seu estado de sa de, assim como sobre o estranho relato, com o qual n o sabe o que fazer. Sua ltima carta cont m tamb m as ltimas informa es - sobre o narrador e sua "cr nica".