Indecenteanas

Intecenteanas: a pausa - um ensaio falso fict?cio de poesia A presente edi??o do livro Indecenteanas (a pausa) constitui o s?timo volume das obras reunidas de Marcos Moura Vieira - poesia. Trata-se da terceira sele??o e reuni?o de poemas escritos nos ?ltimos, primeiros, 21 anos do s?culo XXI.

A escolha das poesias que comp?em as Indecenteanas teve como norte a composi??o de um cen?rio amoroso, sensual e er?tico que retrata as minhas impress?es sobre a vol?pia, a paix?o e o compromisso amoroso. Como a poesia se engendra constitutivamente autobiogr?fica, deixar? muitos rastros, tra?os e peda?os de pessoas e experi?ncias, reais e imagin?rias, que povoaram a consci?ncia do poeta nos primeiros dec?nios deste s?culo. Os quatro primeiros volumes dos livros de poesia editados nesta cole??o foram fruto de um garimpo de poemas realizado nos ?ltimos seis meses de 2012, par e passo com o processo de volta ao Brasil, entre Amsterdam e Recife. Momento no qual gerenciava um diagn?stico m?dico que me sentenciara a seis meses de vida; que se interromperiam por uma morte s?bita. A morte n?o veio e na continuidade dos seis primeiros meses de 2013, ampliei a edi??o aos textos ficcionais e os publiquei em uma colet?nea denominada: obras reunidas de poesias e prosa escritas no fim do s?culo XX. Parecia esno- be, precipitado, autoinflado, mas eu estava feliz em concluir, antes da minha morte, a enalage das minhas pedras literariamente preciosas e verdadeiramente falhas". O quinto e sexto livros po?ticos nasceram enquanto me realizava do n?o morrer - em um di?logo entre a palavra e as imagens. Os poemas se materializaram e se estenderam para fora do papel no projeto "S? quero a cor"- uma exposi??o verbovisual com o artista pl?stico Jonas Barros, montada em 2015, em Aracaju, Cuiab? e Fortaleza. Depois disso me dediquei a viver e abandonei a poesia existindo na minha consci?ncia das coisas, nos agoras cotidianos. Para manter o hobby de editor, revisitei e publiquei tr?s ensaios liter?rios sob a ?tica do dialogismo bakhtiniano. No primeiro Bakhtin dialoga com Freud; no segundo com Freud & Dostoi?viski; no terceiro com Benveniste e Lacan. Sigo (re)organizando os pr?ximos dois volumes dos ensaios (colocando Bakhtin em di?logo com Luria & Vigotski e com Schwartz, Fa?ta & Clot). No fundo seguia no aguardo de forjar-se em mim isen??o suficiente para escrever as mem?rias de um condenado a uma morte anunciada que n?o se apresentou. E eis que nesse caminho denso, a vida nos ofereceu um tempo de quarentena - uma pausa reflexiva, que aproveitei para reunir e gozar as Indecenteanas & as Pur?ssimas, ensaios falso-fict?cios de poesias em tempos de pandemia. Marcos Moura Vieira

Recife, mar?o 2021