Ideologia disfarçada de utopia

Sou daqueles que acreditam, como muitas pessoas, que a educação, desde os tempos coloniais até aos dias de hoje, tem sido utilizada como um instrumento ideológico de dominação das relações de poder. Essa educação sempre foi manejada para expressar os interesses da classe que domina e para responder a uma "verdade" imposta de forma alienante, para que a instrução recebida nunca fosse questionada, onde a reflexão e a análise não tocassem o cérebro do educando, tornando-se assim a "formação" de um imenso rebanho que é pastoreado de acordo com os objetivos, propósitos e finalidades do governante, mantendo-o isolado de uma realidade que aos poucos escraviza e mergulha a grande maioria da população na pobreza intelectual e material. Há quem pretenda ignorar que a génese dos nossos sistemas educativos na América Latina, incluindo as Caraíbas, nasceu de uma relação de força, ou seja, de relações de poder. Esse poder foi utilizado na altura, para que a educação cumprisse o propósito, o objetivo e o fim, para que tivesse um valor ÚTIL ao serviço de Deus e do Estado Metropolitano Espanhol, ou seja, ÚTIL para Deus e para o Rei.