Cartas

Sele o Alexander Dru

Introdu o Edi o Brasileira Luiz Costa Lima

Tradu o Renato Rezende

Jacob Burckhardt (1818-1897) considerava a beleza e a liberdade os dois valores fundamentais da exist ncia humana, e a tentativa de estabelecer um v nculo entre eles est presente em toda a sua obra, sejam os textos te ricos sobre a Hist ria da Arte, sejam as cartas escritas ao longo de quase 60 anos, que refletem uma impressionante coes o de pensamento. Defensor da modera o, esse historiador su o de express o alem era pessimista em rela o aos grandes fen menos sociais de seu s culo: a democracia de massa, o igualitarismo e o culto do crescimento econ mico e do progresso. Filia-se, nesse sentido, tradi o de liberalismo aristocr tico de Edmund Burke, Alexis de Tocqueville e Ortega y Gasset. Endere adas a alguns dos mais importantes pensadores da sua poca, entre eles Friedrich Nietzsche, estas Cartas tratam com entusiasmo de temas que mobilizavam os debates intelectuais nas mais diversas reas: arte, arquitetura, hist ria, poesia, m sica, religi o. Burckhardt fez do indiv duo o centro de suas investiga es: para ele, grandes personalidades podem alterar o rumo de pocas inteiras. Ao mesmo tempo, acreditava que as culturas amadurecem e entram em decl nio como tudo na natureza. Da a descren a no progresso hist rico, na contracorrente do otimismo que prevalecia na poca, e a rejei o ao sistema hegeliano, segundo o qual a Hist ria expressa a realiza o de um esp rito absoluto. Sua defesa das verdadeiras e vigorosas ra zes espirituais da liberdade e seu elogio da beleza continuam na ordem do dia.